terça-feira, 8 de junho de 2021

Rosto mais fino é a nova moda em cirurgias plásticas

 Com finalidade puramente estética, a bichectomia é uma alternativa para quem busca reduzir o volume da parte de baixo do rosto, estando acima do peso ou não

Por Clara Moreira Lima Marigo
08 de Abr de 2017

 

O nome difícil do procedimento virou manchete em diversos sites de celebridades recentemente. Victoria Beckham, Kim Kardashian, Angelina Jolie, Megan Fox e Madona estão entre as celebridades que realizaram a cirurgia que causa o conhecido de “efeito blush”, ou seja, as “maçãs do rosto” parecem mais proeminentes e rosto mais fino. A bichectomia também atrai pacientes homens que não estão contentes com o formato do rosto, como o humorista Rodrigo Santana.

Conforme explica o Cirurgião Bucomaxilofacial Ms. Dr. Ricardo Giacomini de Marco (CRO 19.040) da Clínica Oral Sin, a bichectomia é uma cirurgia plástica em que se retira total ou parcialmente duas bolsas de gordura presentes entre o maxilar e a mandíbula, uma em cada lado da boca, que são chamadas “Bolas de Bichat”. Com a cirurgia é possível afinar o rosto em até 70% de espessura, deixando o formato mais afilado e com as maçãs do rosto em evidência.

Com finalidade puramente estética, a bichectomia é uma alternativa para quem busca reduzir o volume da parte de baixo do rosto, estando acima do peso ou não. O procedimento é relativamente simples: uma incisão de cerca de 1cm é feita na parte interna da boca por onde as bolas de gordura (que dão o formato arredondado para o rosto) são retiradas.  

Giacomini explica que a Gordura de Bichat  possui a função de auxiliar na amamentação, evitando que as paredes das bochechas se toquem enquanto o nenê suga o leite materno, além de proteger os ramos bucais do nervo facial. “A Gordura de Bichat não tem mais função fisiológica após a infância e por isso pode ser retirada sem problemas e sem qualquer alteração na qualidade ou textura da pele das bochechas”, diz.

De acordo como cirurgião pelo procedimento ser realizado através da mucosa oral, não deixa nenhuma cicatriz aparente. Afirma que com um pós-operatório correto dificilmente ocorrem complicações. “Antes de realizar uma bichectomia é necessária a busca de uma clínica que conte com profissionais experientes nesta técnica. Em seguida deve ser feita uma avaliação pelo profissional que realizará o procedimento, para analisar se há indicação e quais as expectativas da paciente quanto ao tratamento, ” afirmou.

O procedimento pode ser feito com anestesia local simples, anestesia local com sedação ou anestesia geral. A escolha da anestesia mais adequada para o paciente será feita pelo dentista ou médico cirurgião responsável. O dentista lembra que por se tratar de uma cirurgia, é necessário que o paciente realize os exames pré-cirúrgicos, para ver se ele está em condições de saúde para realizar o procedimento. Após a realização da bichectomia geralmente ocorre um inchaço na região, que pode ser aliviado com o uso de compressas de água fria. O retorno às atividades demora cerca de uma semana e a volta das atividades físicas depende da avaliação do médico.

O resultado da bichectomia começa a ser notado após cerca de duas semanas, já que durante esse período o inchaço causado pelo procedimento dificulta que se perceba o resultado, Após esse período é possível constatar um rosto mais fino
e definido. O resultado final só pode ser avaliado após 6 meses da cirurgia

Bichectomia se torna febre entre jovens
imagem:www.h9j.com.br

Padrões de beleza e cirurgias plásticas


Com tantos padrões de beleza, modismos latentes nas redes sociais e aplicativos para alterar seu rosto, uma cirurgiã plástica analisa quando o assunto pode ir longe demais. 

Por Clara Moreira Lima Marigo
Atualizado em 14.03.2019

Se nos anos 80 e 90 as mulheres marcavam consultas com cirurgiões plásticos levando debaixo do braço páginas de revistas de moda, em 2019 basta um celular conectado ao Instagram para que uma enorme (e tantas vezes inatingível) coleção de fotos sirva de referência para a beleza dos sonhos.

Já falamos sobre como filtros da rede social interferem tanto com a relação de toda uma geração com a sua pele, mas e se formos ainda mais longe e começarmos a pensar nos tantos modismos de cirurgias plásticas que se firmam graças às redes sociais? Com tantos aplicativos que transformam seu rosto em poucos cliques na tela e feeds tão recheados de rostos retocados, é impossível não detectar, entre uma faixa etária cada vez mais jovem, uma dificuldade latente em se conectar com si mesmo - seja por dentro ou por fora. É aí que mora a motivação inicial por um rosto que não é o seu e, tantas vezes, jamais poderá ser.

"Quando fala-se especificamente de redes sociais, vemos um aumento cada vez maior de preenchimentos - como lábio e malar - em pacientes jovens, o que não era comum até pouco tempo atrás. O que antes era usado em pacientes mais velhos para driblar a flacidez da pele, hoje em dia é usado cada vez mais por jovens que buscam a técnica para diferenciar os ângulos da face", conta a Dra. Tatiana de Mouracirurgiã plástica e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Para a médica, muito disso se deve ao hábito cada vez mais frequente de tirar selfies e fotos e se ver através da lente de uma câmera, além de tantas contas sendo seguidas no Instagram:

"Elas chegam no consultório com uma foto, mas eu de cara ressalto que estamos vendo apenas por um ângulo, e eu não consigo me basear por uma foto. Pode ser que a pessoa às vezes nem tenha a mesma ascendência genética ou etnia da paciente, por isso aviso logo que não vamos conseguir chegar no resultado que ela quer. Sempre rechaço qualquer busca de resultado a partir de uma foto, até porque uma foto de alguém que você segue no Instagram não é você, e não sabemos nem se a imagem está tratada no Photoshop. Quando a pessoa chega assim, a gente tenta cortar de cara", continua a cirurgiã plástica. "Essa distorção foi potencializada pelas redes sociais, mas ela já existia. O que mudou é que as pessoas têm muito mais exemplos, e tudo parece muito mais possível e atingível. A relação ficou, de forma ilusória, mais próxima, ao contrário do que se acontecia com as revistas de moda", completa.

Se até outro dia a febre era de lábios bem carnudos, atualmente a Dra. Tatiana de Moura aponta o preenchimento de nível ósseo MD Codes como o modismo da vez e um dos mais procurados entre seus pacientes. O procedimento muda a angulação da face com o preenchimento de malar (o famoso Top Model Look), queixo, base do nariz ou até a região temporal.

Mas, para a médica, há um abuso atualmente da técnica por jovens e até adultos que não precisam mexer no rosto de forma tão radical, mas o fazem por influência de famosos e redes sociais: "Todo mundo atualmente está fazendo isso e ficando com o rosto igual", ela conta, sobre a harmonização facial. "Você tem injetores profissionais que injetam dez, 15 ampolas de preenchimento para fazer esta harmonização facial, vendendo a ideia de que o paciente vai rejuvenescer até quatro anos. Mas eu quero ver estas pessoas que injetaram dez ampolas de ácido hialurônico de alta densidade daqui a quatro anos. Se o malar vai continuar no lugar ou vai ter caído, e daí por diante. Se tudo vai ter sido absorvido... Eu realmente não sei, e coloco esse medo nas pacientes mesmo".

Traçando um paralelo entre a febre da harmonização facial com o boom do preenchimento labial da década passada, a Dra. Tatiana de Moura fala sobre a perda do controle sobre o procedimento: "Os pacientes acabam querendo injetar cada vez mais e sem qualquer critério, e reverter o processo pode ser complicado", analisa, já citando as tantas pacientes que retornaram ao seu consultório para tirar os preenchimentos labiais após o fim da tendência da boca de Angelina Jolie ou Kylie Jenner. "Para reverter, depende do tipo de preenchimento usado.

Cirurgias para modificar o abdomên são muito procuradas
imagem:www.clinicarealize.com.br


Há os mais simples de se reverter, mas outros em que pode ser necessário um procedimento cirúrgico abrindo o lábio por dentro da boca - como quando se usa o PMMA, que teve um boom em seu uso nos últimos tempos. Nós chegamos a ter um ambulatório no Hospital das Clínicas dedicado apenas para tratar complicações de PMMA, como necrose de ponta de nariz, ponta de lábio, inflamações crônicas e daí por diante".

A Dra. Tatiana acredita em se trabalhar sempre a autoestima, mas é contra o exagero, apontado aplicativos como o Facetune e programas como o Photoshop como uma fonte séria de busca por um rosto inalcançável: "O filtro em si não me incomoda muito, mas sim mexer no rosto no Photoshop. Você mimetiza diversos procedimentos, e isso interfere no meu trabalho, porque a pessoa chega no meu consultório buscando algo factível no Photoshop, mas não com uma cirurgia plástica. É uma angulação completamente diferente: uma menina com um rosto quadrado que chega com uma foto dela em que o rosto, mexido no programa, ficou triangular. Até dá para fazer, e eu listo todos os passos para se chegar nesse resultado, mas é isso mesmo? Você quer ser outra pessoa? Você está disposta a ter um gasto e um risco absurdo? Por outro lado, há quem ache que para se alcançar um resultado, basta um procedimento simples, quando nem sempre é isso. Tudo tem risco, e não se deve minimizar os procedimentos. O pouquinho pode ser muito".

Conversando com a Dra. Tatiana, ela ressalta que cirurgias plásticas muitas vezes são uma decisão para sempre, que não podem ser revertidas, e que por isso mesmo, ela sempre pergunta a seus pacientes - ainda mais quando jovens - se eles já pararam para visualizar sua vida daqui a alguns anos. "Será que quando você estiver formada e ingressando no mercado de trabalho você vai querer o lábio ou a mama de um determinado tamanho? Eu não quero nunca tolher a pessoa, mas ela precisa sempre ponderar que a vida dela vai mudar, e a cirurgia vai estar lá".

A cirurgiã cita, como o exemplo que mais causa arrependimento em suas pacientes atualmente, o aumento da mama. Para ela, isso é, como tantas outras tendências, consequência direta do Instagram: "Lá o negócio hoje em dia é ser magra, não ser a mais gostosa. Por isso, cada vez mais pacientes vem pedir para diminuir suas próteses. Só que diminuir a prótese significa lidar com uma flacidez na região", alerta.

Não à toa, ela revela que o número de próteses que se colocam em meninas na faixa dos 20 anos é muito maior do que em mulheres de 30 e, gradativamente, 40 anos: "E não é porque elas são mais velhas, mas porque elas se veem de outra forma em outra idade, é normal. A gente tem que saber falar não, mesmo que isso signifique perder a paciente".

É bem por aí mesmo: quanto mais o tempo passa, mais estúpida vai ficando a ideia de se espelhar em outras pessoas para nos encontrarmos. Talvez pelo convívio cada vez mais afinado com nós mesmas, poderemos nos olhar com mais carinho e apreciação, e menos como uma espécie de massinha que pode ser moldada para se enquadrar em um estereótipo.

Tendências são passageiras mesmo - e ficam datadas. Quem ainda quer uma calça skinny à la Beetlejuice? A diferença é que ela dá para guardar no fundo do armário ou passar adiante. Nosso rosto segue com a gente. E quanto mais você mexer nele, mais difícil pode ser de você se ver.

Implantes de silicone estão em alta
imagem:www.blog.inclua.com

Jovens fazem cirurgias plásticas para ficar parecidos com suas selfies com filtro

 

Crystal adorava trocar selfies com os amigos. Com frequência, porém, ela se detia por um instante antes de enviar suas próprias fotos: "Não conseguia parar de olhar como o filtro do Snapchat mudava o meu rosto", disse à BBC.

Clara Moreira Lima Marigo

Da BBC Three

5 maio 2018

"Ele definia meu queixo, delineava as maçãs do rosto e deixava meu nariz mais reto, o que sempre me fazia sentir um pouco insegura", conta a assistente médica de 26 anos, de San Diego, na Califórnia (EUA).

Crystal, diz que às vezes conseguia um aspecto semelhante usando maquiagem, mas que não tinha tempo de "se pintar" todos os dias para chegar ao mesmo resultado.

Em uma tentativa então de ter o rosto parecido de fato com a versão que via com o filtro das flores do Snapchat, ela decidiu fazer preenchimentos no nariz e embaixo dos olhos.

"As pessoas não percebem que eu me submeti a um procedimento. Elas pensam que eu perdi peso ou algo do tipo", diz Crystal, que agora se sente feliz compartilhando selfies sem filtros.

 

Ela faz parte do crescente número de jovens que buscam em procedimentos estéticos um caminho para ficarem mais parecidos com as selfies que tiram.

De acordo com um novo estudo da Academia Americana de Cirurgia Facial, Plástica e Reconstrutiva, 55% dos cirurgiões plásticos faciais atenderam em 2017 pacientes que queriam passar por cirurgias para aparecer melhor em selfies, em comparação com 13% em 2013.

O estudo também identificou que 56% dos cirurgiões pesquisados notaram um aumento no número de clientes com menos de 30 anos de idade.

Expectativas mais realistas

Muito tempo atrás, os clientes chegavam às clínicas dos cirurgiões plásticos com fotos das celebridades com as quais queriam parecer.

Agora, trazem fotos de si mesmos, disse o cirurgião David Mabrie, baseado em São Francisco, considerando essa mudança de comportamento "um avanço".

 

"Eu prefiro trabalhar em cima da foto da própria pessoa, porque assim se tem uma ideia melhor de como ela vai ficar com preenchimento ou botox", diz Mabrie. Foi ele o responsável pelo tratamento de Crystal.

"Assim a pessoa não tem uma expectativa pouco realista de que, como em um passe de mágica, vai se transformar em uma Kylie Jenner", acrescentou, em referência à estrela de reality show americana e irmã caçula da socialite Kim Kardashian.

Alguns pedidos dos clientes, porém, continuam impossíveis de atender.

"Alguns filtros aumentam os olhos, algo que não pode ser feito com cirurgia", diz ele..

É por isso que é fundamental fazer uma boa consulta. "É importante que o seu cirurgião seja realista com você e não apenas faça uma lista do que você quer."

Nova dismorfia em ascensão


Filtros tiram "imperfeições"
imagem:www.mileworld.com

Ao mesmo tempo, o uso de redes sociais parece ter um impacto negativo na autoestima. De acordo com um estudo de 2015 do Escritório Nacional de Estatísticas do Reino Unido, 27% dos adolescentes que usam mídias sociais por mais de 3 horas por dia apresentam sintomas de problemas de saúde mental.

A combinação desses fatores talvez explique o surgimento da chamada "dismorfia de Snapchat".

O termo foi criado pelo médico britânico Tijion Esho, que tem várias clínicas estéticas no Reino Unido.

Não se trata de uma doença oficialmente reconhecida, mas de um fenômeno que preocupa especialistas em saúde mental, assim como alguns cirurgiões plásticos.

"Agora vemos fotos de nós mesmos diariamente nas plataformas sociais que usamos, algo que pode nos tornar mais críticos de nós mesmos", explica Esho, que diz já ter recusado atender pacientes que pareciam demasiadamente obcecados em parecer com suas fotos com filtro.

Segundo o médico, essas fotos são boas como referência. "O problema é quando elas se tornam mais do que uma referência: se transformam em como os pacientes veem a si mesmos ou quando querem se ver exatamente como nessas imagens. Isso não apenas é pouco realista, mas potencialmente um sintoma de outros problemas subjacentes", opina.

"Mais perguntas deveriam ser feitas para descartar os aspectos da dismorfia corporal. Operar aqueles que apresentam esses sinais de alerta não é apenas antiético, mas também prejudicial ao paciente, pois ele necessita de algo que nenhuma agulha ou bisturi poderá corrigir".

'Só precisava de um empurrão'

Kacie, de 29 anos, é uma das pacientes de procedimentos estéticos que quer parecer mais com as selfies que obtém com o uso de filtros.

O que mais a preocupava era o que seu namorado pensaria quando a visse pessoalmente, depois de ela ter enviado dezenas de selfies por dia para o celular dele e de atualizar suas fotos no Instagram entre 10 e 15 vezes diariamente.

"Eu punha a coroa de flores e aquele focinho de cachorro e me via tão linda nas fotos…e depois me olhava no espelho e pensava: 'ah, essa não é a pessoa que ele vê todos os dias na tela'", diz ela.

"Eu ficava frustrada quando me olhava no espelho. Sentia que não era como a pessoa que eu apresentava ao mundo". E continua: "Eu me sentia atraente com os filtros do Snapchat. Só precisava de um empurrão para chegar a esse ponto (na vida real)".

Ela procurou um cirurgião plástico em sua cidade natal, Nova York, e acabou fazendo preenchimentos nos lábios, no queixo e nas bochechas, por aproximadamente US$ 1.700 (o equivalente a R$ 5.760).

Kacie planeja fazer isso mais ou menos uma vez por ano, já que os preenchimentos duram de 6 a 18 meses.

"Eu penso: é a minha cara, é o meu dinheiro, e, se o resultado geral é que eu tenho mais confiança em mim mesma e estou mais feliz com o que sou, qual é o problema?"

Sensação de 'não estar à altura'

Andrew, um inglês de 31 anos, recorreu a uma consulta estética após um rompimento amoroso.

Quando queria voltar a sair com outras pessoas, ele sentia que não fazia sucesso nos aplicativos de encontros.

"Eu sempre quis ter a mandíbula e as maçãs do rosto com linhas mais esculpidas."

"Para mim o interesse (nesse tipo de retoque) surgiu ao ver muitos outros jovens fazerem aplicações ... Eu pensei: 'Como posso ficar mais parecido com eles?' Eu acho que definitivamente tirar selfies com frequência e brincar com filtros me fez mais consciente de não estar à altura", admite.

Andrew acabou não fazendo nenhum procedimento, mas diz não descartar esse caminho no futuro.

A tentação de 'fazer algo mais'

A médica britânica especialista em estética Shirin Lakhani acredita que há um verdadeiro potencial nocivo nesse fenômeno.

Ela percebeu um aumento no número de pacientes que buscam correções após fazerem retoques para parecer mais com suas versões nas selfies.

"As redes sociais e as celebridades trazem todos esses procedimentos para os holofotes", diz ela.

"Elas são vistas por um número cada vez maior de pessoas, que não necessariamente podem pagar por eles (os procedimentos médicos) - mas que acabam encontrando quem esteja disposto a fazê-los por um preço menor".

Mas, alerta ela, "esses são procedimentos que têm de ser realizados por médicos".

As complicações de procedimentos malfeitos são raras, mas reais: entre os efeitos colaterais do botox estão dificuldades respiratórias e visão embaçada. Preenchimentos podem causar infecção e a "migração do enchimento", quando a substância se move de forma imprevisível do local onde foi injetada e pode chegar a bloquear vasos sanguíneos.

Esses riscos são o que fazem Annabelle, uma escocesa de 26 anos, não querer nada além do que preencher os lábios.

"Eu venho fazendo isso a cada seis meses e sempre me pergunto: deveria fazer mais alguma coisa? É tentador, especialmente quando posso saber como eu me veria, graças a um filtro no Snap ou Insta. Mas me preocupo em fazer coisas demais ou que isso saia do controle. Eu acho que você sempre pode perceber quando alguém fez alguma coisa, mas não necessariamente porque ela parece atraente ".

A psicóloga Ellen Kenner diz insistir para que as pessoas pensem duas vezes antes de pedirem consultas para fazer preenchimentos, especialmente se a intenção é fazer como um tipo de solução rápida diante de um problema na vida.

"A verdadeira autoestima tem a ver com a confiança em sua própria mente para conseguir seus objetivos pessoais", diz ela.

"Isso requer honestidade, pensamento independente e a convicção de que você é capaz e merece alcançar sua própria felicidade."

E esse tipo de confiança em si mesmo não pode lhe dar nenhuma coroa, nem nos filtros nem na realidade.

 

Filtros do instagram reproduzem cirurgias plásticas
imagem:www.hitc.com


quarta-feira, 7 de abril de 2021

Facebook bane 1,3 bi de contas e tenta combater fake news sobre COVID-19

 A rede social afirma bloquear milhões de perfis falsos todos os dias; mais de 100 redes de influência foram eliminadas em três anos


Clara Moreira Lima

Fonte: terra.com.br

em: 22.03.2021



O Facebook baniu mais de 1,3 bilhões de contas falsas entre outubro e dezembro de 2020. A ação faz parte dos esforços da empresa para combater a desinformação online. Além de impedir a criação e desativar perfis com o intuito de propagar fake news, a rede social divulgou os resultados sobre outras medidas tomadas para impedir a disseminação de informações falsas, em especial sobre a pandemia de COVID-19.


Em uma publicação feita no blog oficial da companhia, o Facebook afirma que o combate à desinformação requer o enfrentamento de vários desafios: contas falsas, comportamento enganoso e conteúdo danoso e prejudicial.

Em relação aos perfis falsos, a rede social afirma ter bloqueado milhões deles todos os dias, a maioria ainda no momento de criação, com auxílio de inteligência artificial. Segundo o Facebook, suas ações conseguiram eliminar mais de 100 operações secretas de influência estrangeira e doméstica que dependiam das contas falsas, as chamadas redes de comportamento inautêntico coordenado, nos últimos três anos.


O Facebook entende que, além das contas falsas, as fake news também podem ser propagadas por pessoas reais, mesmo que essa não seja sua intenção. Para esses casos, a empresa conta com uma rede de verificadores de fatos independentes, que revisam conteúdo em mais de 60 idiomas.

Geralmente, quando uma publicação é classificada como falsa por estes profissionais, a rede social limita seu alcance e adiciona um rótulo com mais informações ao post. No entanto, de acordo com o Facebook, em 95% das vezes, as pessoas não clicam para visualizar esta tela de aviso.


A empresa considera como casos mais graves os posts com falsas informações sobre COVID-19 e vacinas. Nestas situações, o conteúdo é removido. Cabe lembrar que no mês passado, o Facebook passou a considerar mais quatro tipos de publicações como fake news sobre a pandemia, reforçando suas políticas contra conteúdo antivacina.



O que diz o facebook em relação ás fake news

Imagem: agencia brasil.ebc.com.br

FAKE NEWS

A divulgação de notícias falsas, conhecidas como fake news, pode interferir negativamente em vários setores da sociedade, como política, saúde e segurança.

Clara Moreira Lima
Fonte: mundoeducacao.uol.com.br


Apesar de parecer recente, o termo fake news, ou notícia falsa, em português, é mais antigo do que aparenta. Segundo o dicionário Merriam-Webster, essa expressão é usada desde o final do século XIX. O termo é em inglês, mas se tornou popular em todo o mundo para denominar informações falsas que são publicadas, principalmente, em redes sociais.


O que significa fake news?

 

Não é de hoje que mentiras são divulgadas como verdades, mas foi com o advento das redes sociais que esse tipo de publicação popularizou-se. A imprensa internacional começou a usar com mais frequência o termo fake news durante a eleição de 2016 nos Estados Unidos, na qual Donald Trump tornou-se presidente. Fake news é um termo em inglês e é usado para referir-se a falsas informações divulgadas, principalmente, em redes sociais.

Na época em que Trump foi eleito, algumas empresas especializadas identificaram uma série de sites com conteúdo duvidoso. A maioria das notícias divulgadas por esses sites explorava conteúdos sensacionalistas, envolvendo, em alguns casos, personalidades importantes, como a adversária de Trump, Hillary Clinton.


Como reconhecer e combater as fake news
Imagem: anrbrasil.org.br



Como funcionam as fake news?


Os motivos para que sejam criadas notícias falsas são diversos. Em alguns casos, os autores criam manchetes absurdas com o claro intuito de atrair acessos aos sites e, assim, faturar com a publicidade digital.

No entanto, além da finalidade puramente comercial, as fake news podem ser usadas apenas para criar boatos e reforçar um pensamento, por meio 

de mentiras e da disseminação de ódio. Dessa maneira, prejudicam-se pessoas comuns, celebridades, políticos e empresas.

É isso o que acontece, por exemplo, durante períodos eleitorais, nos quais empresas especializadas criam boatos, que são disseminados em grande escala na rede, alcançando milhões de usuários. O Departamento de Justiça Americano denunciou três agências russas, afirmando que elas teriam espalhado informações falsas na internet e influenciaram as eleições norte-americanas de 2016.

Existem grupos específicos que trabalham espalhando boatos. No entanto, não é fácil encontrar as empresas que atuam nesse segmento, pois elas operam na chamada deep web, isto é, uma parte da rede que não é indexada pelos mecanismos de buscas, ficando oculta ao grande público.

 

Para disseminar informações falsas, é criada uma página na internet. Um robô criado pelos programadores desses grupos é o responsável por disseminar o link nas redes. Quanto mais o assunto é mencionado nas redes, mais o robô atua, chegando a disparar informações a cada dois segundos, o que é humanamente impossível.

Com tamanho volume de disseminação de conteúdos, pessoas reais ficam vulneráveis às fake news e acabam compartilhando essas informações. Dessa forma, está criada uma rede de mentiras com pessoas reais.

Como os responsáveis pelas fake news atuam, geralmente, em uma região da web que é oculta para a grande maioria dos usuários, não é fácil identificá-los e, consequentemente, puni-los. Além disso, essas pessoas usam servidores de fora do país, em lan houses que não exigem identificação.

 

Exemplos e consequências de fake News


Qualquer tipo de informação falsa, da mais simples à mais descabida, induz as pessoas ao erro. Em vários casos, a notícia contém uma informação falsa cercada de outras verdadeiras. É principalmente nessas situações que estão escondidos os perigos das fake news, e suas consequências podem ser desastrosas.

 

Um caso que ficou conhecido e chegou ao extremo foi o da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, que morreu após ter sido espancada por dezenas de moradores de Guarujá, no litoral de São Paulo, em 2014. A revolta dos moradores foi em virtude de informações publicadas em uma rede social, com um retrato falado de uma possível sequestradora de crianças para rituais de magia negra. A dona de casa foi confundida com a criminosa e acabou linchada por moradores.

Outro boato que tomou conta das redes e influenciou diretamente o calendário de vacinação infantil foi o de que algumas vacinas seriam mortais e teriam matado milhares de crianças. O impacto foi tão grande que doenças como o sarampo, do qual o Brasil era considerado erradicado, voltaram a acometer crianças.

Depois da greve dos caminhoneiros em 2018, que durou 11 dias, fechou rodovias de norte a sul do país e provocou desabastecimento de diversos produtos, alguns boatos de uma nova greve geraram tumulto nas grandes cidades. Em alguns municípios, filas de carros formaram-se em postos de combustíveis, pois as pessoas temiam o aumento do preço e até mesmo a falta do produto.

Em época de eleições, é comum candidatos ou eleitores usarem mentiras para levar vantagem. Com a presença de tantos eleitores nas redes sociais, uma mentira bem plantada pode alterar os rumos de uma eleição, como no caso das eleições de 2016 nos Estados Unidos.

Um dado grave que foi constatado pelos pesquisadores do Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), nos Estados Unidos, é que a chance de uma notícia falsa ser repassada é consideravelmente maior que a de uma verdadeira. Foram analisadas 126 mil notícias, e percebeu-se que a probabilidade de republicar uma informação falsa é 70% maior do que a de republicar uma notícia verdadeira.

1 a cada 2 brasileiros afirma ja ter compartilhado fake news
Imagem: diariodonordeste.verdesmares.com.br




Como combater as fake news?

Para as autoridades, identificar e punir os autores de boatos na rede é uma tarefa muito difícil. No caso do Brasil, a legislação que prevê punição para esse tipo de crime não fala sobre internet, cita apenas rádio e televisão.

Alguns sites de fake news usam endereços e layouts parecidos com os de grandes portais de notícias, induzindo o internauta a pensar que são páginas de credibilidade. Por isso, todo cuidado é pouco na internet.

A maneira mais efetiva de diminuir os impactos das fake news é cada cidadão fazer sua parte, compartilhando apenas aquilo que tem certeza de que é verdade. O ideal é duvidar sempre e procurar informações em outros veículos, especialmente nos conhecidos como grande mídia.

No Brasil, existem agências especializadas em checar a veracidade de notícias suspeitas e de boatos, as chamadas fact-checking. Alguns grandes portais de notícias também criaram setores para checagem de informações.




Rosto mais fino é a nova moda em cirurgias plásticas

  Com finalidade puramente estética, a bichectomia é uma alternativa para quem busca reduzir o volume da parte de baixo do rosto, estando ac...